Mostra Com Mulheres

Mostra Com Mulheres

Programa Mulheres de perto

Dia 10/9, às 19h30

Cineastas

Chantal Akerman nasceu em Bruxelas em 1950 e morreu em Paris em 2015. Descendente de judeus, seus pais fugiram da Polônia para escapar da perseguição nazista. A questão da identidade judia e do Holocausto será constantemente explorada em sua obra. Aos 18 anos, Akerman ingressou no Institute Supérieur des Arts du Spectacle et Technique de Diffusion, na Bélgica. Abandonou os estudos logo no primeiro semestre para fazer seu primeiro filme, o curta Saute ma ville (1968). Em 1971, o filme estreou no festival de curtas Oberhausen. Nesse mesmo ano, ela se mudou para Nova Iorque. Lá, entrou em contato com o estruturalismo, através dos filmes de Stan Brakhage, Jonas Mekas, Michael Snow e Andy Warhol, influências decisivas para sua obra. Em 1974, com Je Tu Il Elle, seu primero longa-metragem, obteve reconhecimento da crítica, reconhecimento este que atingiria seu auge com Jeanne Dielman, 23 Quai du Commerce, 1080 Bruxelle, filme aclamado pelo New York Times como “a primeira obra-prima do feminino na história do cinema”. Ao longo de sua carreira, Akerman dirigiu mais de 40 filmes para televisão e cinema, entre ficções e documentários. Além disso, realizou instalações em diversos centros e galerias de arte do mundo, participando de importantes festivais internacionais como a Bienal de Veneza e o Documenta de Kassel. Publicou três livros: Hall de nuit (Editions de l’Arche, 1992), Un divan à New York (Editions de l’Arche, 1996) e Unefamille à Bruxelles (Editions de l’Arche, 1998).

Cristina Maure é graduada em Psicologia e Artes Plásticas. Vive e trabalha em Belo Horizonte desde 1986. Realizou, como artista plástica, várias exposições utilizando principalmente a fotografia como suporte. Tem especialização na Escola Guignard, em Belo Horizonte. A partir de 2000, pesquisa e realiza trabalhos audiovisuais. Sócia-diretora da Vaca Amarela Filmes desde 2008, onde, além de dirigir e fotografar, tem também produzido e correalizado com as produtoras MLproduções e Oficina de Criação.

Helena Solberg iniciou sua carreira com o Cinema Novo. Seus primeiros filmes, A Entrevista e Meio-dia, foram rodados nos anos 60 e 70. Durante vários anos dirigiu e produziu documentários sobre a América Latina e o Brasil. Em 1995, seu filme Carmen Miranda: Bananas Is My Business foi lançado nos cinemas nos EUA e no Brasil, convidado a participar de inúmeros festivais, sendo premiado. Depois, assina o roteiro, junto com Elena Soárez, e dirige o longa-metragem Vida de Menina, também premiado em festivais. Em 2009, recebeu o prêmio de Melhor Direção no Festival Internacional do Rio para seu documentário de longa-metragem Palavra (En)cantada. Em 2013, lançou o documentário A Alma da Gente.

Joana Oliveira atua na área audiovisual desde 1999. É sócia da produtora Vaca Amarela Filmes. Graduada em Direção de Cinema pela Escola Internacional de Cinema e TV de Cuba (EICTV) e em Comunicação Social pela PUC-Minas, estudou também como intercambista na Academia HFF Konrad Wolf (Alemanha) por um semestre. Em 2006, foi selecionada para o Talent Campus do Festival de Berlim, Berlinale. Dirigiu e roteirizou várias produções como curtas de ficção, documentários e programas de TV.

Trinh T. Minh-ha  é cineasta, escritora, compositora e professora do departamento de Gender & Women’s Studies da Universidade da Califórnia, Berkeley. Ao longo de 30 anos de carreira, recebeu inúmeros prêmios, incluindo o American Film Institute’s National Independent Filmmaker Maya Deren Award e bolsas da Fundação John Simon Guggenheim, do National Endowment for the Arts e do California Arts Council. Foi professora em Harvard, Smith, Cornell, San Francisco State University, Universidade de Illinois, Universidade Ochanomizu, no Japão, e no Conservatório Nacional de Música, no Senegal. Leciona cursos focados em políticas de gênero, pós-colonialismo, teoria crítica contemporânea e artes. Seus seminários focam em políticas culturais, teoria feminista, na teoria e estética do cinema, na voz em contextos sociais e criativos e na autobiografia. É autora de oito livros e sete longas-metragens, além de vídeos produzidos para instalações multimídia.

Curadora

Carla Maia vive e trabalha em Belo Horizonte, Minas Gerais. Ensaísta e pesquisadora de cinema, atua também como professora, curadora e produtora. Doutora em Comunicação Social pela FAFICH/UFMG, com período sanduíche na Tulane University, em New Orleans/EUA. Integra o corpo docente do Instituto de Comunicação e Artes do Centro Universitário UNA. Já organizou diversas mostras de filmes e debates, entre elas, retrospectivas de Chantal Akerman, Naomi Kawase, Pedro Costa, Rithy Panh e Trinh T. Minh-ha. É diretora do documentário Roda, codirigido por Raquel Junqueira. Integra o coletivo  Filmes de Quintal, que realiza o forumdoc.bh: Festival do Filme Documentário e Etnográfico de Belo Horizonte.

A entrevista (Brasil, 1966, 20 min.)

Direção: Helena Solberg

Em cena, uma noiva se prepara para o dia do casamento. Em off, moças da classe média carioca relatam suas experiências e impressões sobre virgindade, casamento, sexo e política. Em plena ditadura, Helena Solberg faz sua estreia no cinema questionando os padrões de feminilidade e relacionando, pela montagem, as questões da opressão feminina com a repressão militar vivida pelo país.

A criança amada ou eu represento uma mulher casada / L’enfant aimé ou je joue à être une femme mariée (França, 1971, 35 min.)

Direção: Chantal Akerman

Três personagens femininas convivem durante algumas horas no espaço de uma casa: uma mãe, uma filha e uma jovem, a própria diretora. Em seu segundo curta-metragem, Akerman conserva a distância para colocar-se no lugar de testemunha do cotidiano dessa mulher e de sua relação com a criança.

 

Remontagem / Reassemblage (EUA, 1982, 40 min.)

Direção: Trinh T. Minh-ha

Remontagem é um mosaico temporal composto por imagens e sons cotidianos capturados em aldeias do Senegal. Ao mostrar os habitantes desses espaços, a cineasta problematiza a necessidade da etnologia ocidental de explicar o “outro” por meio de atribuições explícitas ou reduzidas. A obra propõe, assim, uma dupla ruptura em relação ao documentário etnográfico tradicional: por um lado, a posição da cineasta é constantemente questionada com procedimentos autorreflexivos; por outro, assume-se a impossibilidade de encontrar um discurso neutro na relação com outros povos e culturas.

Rio de Mulheres (Brasil, 2010, 21 min.)

Direção: Cristina Maure e Joana Oliveira

Em um ambiente muito seco, onde a água é escassa, mulheres vivem suas vidas em meio a crianças e outras mulheres.