A mostra é uma parceria com escolas públicas de Cachoeira e São Felix e busca atrair e formar o olhar de alunos e professores para o cinema documentário. No total, são cinco filmes, entre curtas e média, que mostram que o futebol está presente em diversos campos como a política, a arte, a economia, o cotidiano e nos corações e mentes de milhões de pessoas ao redor do mundo. As exibições serão seguidas de debates mediados por especialistas em diversas áreas, no dia 29 de agosto.
Barbosa (Brasil, 1988, 12 min.)
De Ana Luiza Azevedo e Jorge Furtado
O que você faria se tivesse a chance de mudar o dia mais triste da sua vida? Aquele dia em que seus sonhos e fé foram destruídos? Em Barbosa, o personagem de Antônio Fagundes tem a chance de fazer isso. O ano é de 1988 e ele constrói uma máquina do tempo que permite sua volta há 38 anos antes, para o dia da final da Copa do Mundo de 1950. Seu plano é simples, ele vai dar um jeito de entrar no gramado do Maracanã para dar um soco em Gigia, impedindo que ele faça o segundo gol do Uruguai, o gol que tirou o título da Seleção Brasileira e calou os 200 mil torcedores que lotavam o estádio. Mas essa história é apenas o pano de fundo para algo muito mais profundo, os tristes depoimentos de Barbosa. O goleiro, falecido em 2000, nos conta quantas vezes já sonhou com aquele lance e nos dá uma ideia de como ele foi perseguido, por toda a vida, pelo resultado da final.
Do mesmo lado (Brasil, 2010, 10min.)
De Diogo Nunes, Deivison, Fatima, Joelma, Natali, Rogério, Samir Suzart
A suposta rivalidade entre Cachoeira e São Félix é discutida tendo como um dos seus principais focos de disputa o futebol.
Espirito Santo Futebol Clube (Brasil, 2012, 29min.)
De André Ehrlich Lucas, Lucas Vetekesky
Um retrato afetivo de um clube chamado Espírito Santo e a sua luta pra se manter na primeira divisão do futebol capixaba.
Geral (Brasil, 2010, 15 min.)
De Anna Azevedo
O palco é a geral do estádio do Maracanã. Em cena, os torcedores conhecidos como geraldinos num espetáculo de êxtase, fúria, alegria e dor.
Preto Contra Branco (Brasil, 2004, 55 min.)
De Wagner Morales
Uma tradição de três décadas é o ponto de partida do documentário Preto contra Branco. O filme discute o preconceito racial no Brasil, usando como referência um “clássico” do futebol de várzea entre moradores de dois bairros periféricos de São Paulo. ? ?Desde 1972, um grupo de moradores do bairro de São João Clímaco organiza um jogo de futebol de brancos contra pretos no final de semana que antecede o Natal. ? ?Em uma comunidade altamente miscigenada, composta basicamente por mulatos, a peculiaridade da partida é a auto-atribuição da raça pelo participante. Cada jogador se declara negro ou branco e “escolhe seu time”. ? ?A equipe do documentário passou uma semana entrevistando personagens, acompanhando o dia-a-dia dos bairros, em um processo que culmina no jogo. Trata-se de um verdadeiro ritual, no sentido antropológico, que serve para atenuar as tensões raciais locais ao mesmo tempo em que acaba por revelá-las.