A Mostra Competitiva Nacional é composta de documentários de curta, média e longa metragens nacionais, finalizados a partir de 2009, que concorrerão a uma premiação concedida por um júri de especialistas e júri jovem, composto por estudantes da UFRB. Os concorrentes foram selecionados entre os inscritos, por uma equipe curatorial.
Para maiores informações sobre o regulamento clique aqui.
08 de dezembro (quinta-feira)
14h30 | Auditório
Ser Tão cinzento (Henrique Dantas, Bahia, 2011, 25')
Documentário de curta metragem que busca recriar a memória do filme "Manhã Cinzenta", do cineasta autodidata Olney São Paulo, uma das mais belas e contundentes obras cinematográficas produzidas sobre o período da Ditadura Militar. O documentário se utiliza das imagens de Manhã Cinzenta exibidas integralmente, como no filme original, em diversos suportes, unindo as diferentes memórias nas vozes dos entrevistados que assistem ao filme 40 anos após sua realização. Ser Tão Cinzento, através do discurso de Manhã Cinzenta, narra as atrocidades cometidas durante a Ditadura Militar.
Meia hora com Darcy (Roberto Berliner, Rio de Janeiro, 2011, 30')
Em dezembro de 1996, o antropólogo e político Darcy Ribeiro concordou em receber o cineasta Roberto Berliner para uma conversa de meia hora em seu apartamento em Brasília. Expressando-se com a habitual veemência e paixão, cobriu uma grande gama de assuntos. Dois meses depois, Darcy morreu e o material ficou guardado até agora. O diretor decidiu apresentar este depoimento histórico em tempo real, sem cortes.
Coutinho Repórter (Rená Tardin, Rio de Janeiro, 2010, 25')
Um dos mais importantes documentaristas do país, consagrado por filmes como “Edifício Master” e “Jogo de Cena”, Eduardo Coutinho passou nove anos trabalhando no programa Globo Repórter. Nessa época, em plena ditadura, forjou um estilo e conseguiu realizar obras de empenho social que, naquele período, a censura impedia o cinema de concretizar. O cineasta reavalia este período de formação, do qual sairia para concluir seu importante “Cabra Marcado para Morrer” (1985), cuja produção fora interrompida pelo golpe militar de 1964.
Terrorista (César Meneghetti, São Paulo, 2009, 29')
Terrorista? 1969, Percy Sampaio Camargo, professor universitário de microbiologia da Unesp, é acusado de terrorismo. Repentinamente ele se vê obrigado a cair na clandestinidade. Aos 75 anos ele recorda aquele longínquo 1969 que convulsionou toda a sua vida. Percy não cometeu nenhum ato terrorista mas foi incriminado na época da ditadura de ser "um perigoso assaltante e assassino de pais de família". Exilado político no Chile e depois na Holanda, volta ao Brasil com a anistia em 1979. Indistinto no meio de outros 20 milhões de aposentados, Percy narra a sua extraordinária história pessoal, que se funde muitas vezes com história oficial do país, numa tentativa de resgatar um fragmento de memória perdida. O filme é um diário falado, um documento sobre um homem que foi destinado a permanecer invisível mas que lutou a vida inteira - sacrificando afetos e bens materiais - por um ideal de democracia e de justiça social no Brasil e no Chile.
17h | Auditório
Praça Walt Disney (Renata Pinheiro e Sérgio Oliveira, Pernambuco, 2011, 21')
Boa Viagem, Recife PE, 51111-260, Brasil.
A Dama do Peixoto (Douglas Soares e Allan Ribeiro, Rio de Janeiro, 2011, 11')
Ela está aqui, ela está ali, e os invisíveis são os outros.
Vigias (Marcelo Lordello, Pernambuco, 2010, 71')
Enquanto dormimos, outros vigiam. Homens que velam o sono da cidade e seus medos. Fornecendo étereas sensações de segurança. Intermediando a noite, revelando seus hábitos e suas observações.
09 de dezembro (sexta-feira)
14h30 | Auditório
Adormecidos (Clarissa Campolina, Minas Gerais, 2011, 6')
Por toda a parte, quando anoitece, luzes e cartazes publicitários tornam-se os únicos seres com vida entre as ruas inertes. Seres que nunca se encontram, desconhecidos quase exatamente iguais.
O céu sobre os ombros (Sérgio Borges, Minas Gerais, 2010, 71')
São histórias inventadas pela vida, de pessoas que vivem num contexto entre o cotidiano, o exótico e a marginalidade. O filme é um gesto para revelar o quanto somos todos tão humanos, e quão semelhantes são nossos medos e desejos.
17h | Auditório
Sala de milagres (Cláudio Marques e Marília Hughes, Bahia, 2011, 13')
Um dia e uma noite na romaria de Bom Jesus da Lapa.
O filme que eu fiz para não esquecer (Renato Gaiarsa, São Paulo, 2011, 4')
Durante uma viagem ao Uruguai, ele filmou sua namorada. Depois que se separaram, retornou a São Paulo e filmou o apartamento vazio onde os dois moravam. Como resultado, fragmentos da memória de um romance.
Hoje tem alegria (Fabio Meira, São Paulo, 2010, 26')
O filho de um alfaiate fugiu para ser malabarista. Um mágico aposentado vê sua trupe ruir. Uma ex-trapezista será avó pela primeira vez. Fogo, facas, silêncio, aplausos. No circo, eles viram o mundo.
Rota (Leon Sampaio, Bahia, 2011, 25’)
Cabelo ao vento, música alta, rodovia esburacada. Estradas, veredas, caminhos. Sertão, Maranhão, Amazonas. Brasis. Américas. Panaméricas de Áfricas Utópicas. O rio é como uma estrada, terra é água, gente é peixe. Sertanejos, ribeirinhos, mochileiros. Dois jovens em curso, memórias e devaneios.
A poeira e o vento (Marcos Pimentel, Minas Gerais, 2011, 18’)
Interior do estado de Minas Gerais.
Uma pequena vila no meio do nada.
Isolamento. Montanhas. Silêncio.
O homem. A paisagem. O tempo.
10 de dezembro (sábado)
14h30 | Auditório
Acercadacana (Felipe Peres Calheiros, Pernambuco, 2010, 20')
Nos anos 90, com a valorização do etanol e a expansão do latifúndio canavieiro, 15 mil famílias foram expulsas dos seus sítios na zona da mata de Pernambuco. Maria Francisca decidiu resistir.
Entre Vãos (Luísa Caetano, Distrito Federal, 2010, 20')
Entre Vãos é um documentário etnolírico que se passa no Vão de Almas, habitado pela comunidade remanescente quilombola Kalunga, em Cavalcante (GO). Lizeni é uma menina kalunga de dez anos e é ela quem conduz nosso olhar por entre as brincadeiras de infância, o mundo adulto dos pais, a relação da família com a cidade mais próxima, além de nos revelar sonhos em contraposição à realidade do cotidiano em família.
Bicicletas de Nhanderú (Ariel Ortega e Patrícia Ferreira, Pernambuco, 2011, 45')
Uma imersão no cotidiano e na espiritualidade dos Mbya-Guarani da aldeia Koenju, em São Miguel das Missões, no Rio Grande do Sul.
17h | Auditório
Os Martinez (Violeta Martinez, Bahia, 2010, 12')
Documentário que aborda o universo da família Martinez, moradores de Valença, na Bahia. Horacio Martinez é artista visual. Através da encomenda da escultura de um Cristo abre uma pizzaria junto com Erik, seu filho e sócio, que retorna da Argentina. Celeste, sua esposa, é poetisa e conduz um programa de rádio. Conflitos de família e geração, entre a rotina, a sobrevivência e a arte.
Babás (Consuelo Lins, Rio de Janeiro, 2010, 20')
Fotografias, filmes de família e anúncios de jornais do século XX constroem uma narrativa pessoal sobre a presença das babás no cotidiano de inúmeras famílias brasileiras. Uma situação em que o afeto é genuíno, mas não dissolve a violência, evocando em alguns aspectos nosso passado escravocrata.
Vó Maria (Tomás von der Osten, Paraná, 2011, 6’)
Memória em três tempos.
Morada (Joana Oliveira, Minas Gerais, 2010, 78’)
Essa é a história da espera de Dona Virgínia, uma senhora que, há mais de cinquenta anos, aguarda a desapropriação de sua casa. Ano após ano, o governo ameaça destruir o lugar onde ela guarda seu passado e suas memórias vivas.
11 de dezembro (domingo)
14h30 | Auditório
Mostra Competitiva:
Bolpebra (Guilherme Marinho, João Castelo Branco e Rafael Urban, Paraná, 2011, 8')
Bolpebra, na fronteira entre Bolívia, Peru e Brasil, tem 40 habitantes e acaba de instalar sua praça central.
As Aventuras de Paulo Bruscky (Gabriel Mascaro, Pernambuco, 2010, 19’)
O artista Paulo Bruscky entra na plataforma de relacionamento virtual “Second Life” e conhece um ex-diretor de cinema, Gabriel Mascaro, que hoje vive, se diverte e trabalha fazendo filmes na rede virtual. Paulo encomenda a Gabriel um registro machinima em formato de documentário de suas aventuras no “Second Life”.
Avenida Brasília Formosa (Gabriel Mascaro, Pernambuco, 2010, 85')
Fábio é garçom e cinegrafista. Registra importantes eventos no bairro de Brasília Teimosa (Recife). No seu acervo, raras imagens da visita do presidente Lula às palafitas. Fábio é contratado pela manicure Débora para fazer um videobook e tentar uma vaga no Big Brother. Também filma o aniversário de 5 anos de Cauan, fã do Homem Aranha. Já o pescador Pirambu mora num conjunto residencial construído pelo governo para abrigar a população que morava nas antigas palafitas do bairro, que deu lugar à construção da Avenida Brasília Formosa. O filme constrói um rico painel sensorial sobre a arquitetura e faz da Avenida uma via de encontros e desejos.