Venezuela, 1969, 21 min.
De Ugo Ulive
Dia 7/09, às 10h
O estranhamento é também o que impregna a matéria de Basta!, o mais próximo que o cinema militante chegou do cinema de horror. A luta de classes como um bestiário insuportável: uma autópsia se comunica com a abertura da porta de um automóvel burguês; um manicômio e os gestos cotidianos nas ruas de Caracas são parte do mesmo mundo intolerável. Como escreveram Guy Hennebelle e Raphaël Bassan em 1980, “na América Latina, a separação entre ‘cinema militante’ e ‘cinema experimental’ não é nem tão nítida, nem da mesma natureza do que observamos na maior parte dos países industrializados”. A obra-prima Basta! é provavelmente o ponto mais alto da indissociabilidade entre experimentação e militância, talvez a maior contribuição que o cinema latino-americano ofereceu aos cinemas do mundo.