Brasil, 1975, 11 min.
De Zózimo Bulbul
Dia 9/09, às 19h30
O audiovisual é o que se tem de mais avançado como meio de comunicação entre os povos da terra. O cinema é uma arma, nós negros temos uma AR15 e com certeza sabemos atirar.” Essas palavras de Zózimo Bulbul podem bem traduzir o que sustentou sua decisão de recuperar restos de película de um filme do qual foi ator para realizar Alma no olho, sua primeira obra como diretor, uma das primeiras afirmações no cinema brasileiro da necessidade de autorrepresentação dos negros. É de seu corpo negro, em uma trajetória metafórica de autodescoberta e de experimentação da liberdade, que se depreende a energia vital do filme, embalado pela música de Jonh Coltrane. Dirigindo a si mesmo, Zózimo encena a subtração do corpo negro pela opressão colonial e as estruturas de dominação do racismo, bem como pela diáspora africana, para chegar de modo vigoroso e com forte investimento sensorial nas imagens de reapropriação desse corpo. Pode-se dizer que o filme é um tradução audiovisual da famosa e instigante frase com a qual Frantz Fanon encerra “Pele negra, máscaras brancas”: “Ó, meu corpo, fazei de mim um homem que questione