• Cabra Marcado para Morrer
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Cabra Marcado para Morrer  (Brasil, 1984, 119’),  de Eduardo Coutinho, é o filme de abertura do 5° CachoeiraDoc. O filme, além de uma homenagem ao grande documentarista falecido em 2014, faz parte da Mostra Resistência, que reúne filmes  produzidos em contextos de opressão.  Na fricção direta com regimes autoritários, são filmes, a exemplo da obra-prima de Coutinho, que foram perseguidos pelo poder contra o qual suas imagens e sons se insurgem, filmes que, depositados em porões escuros da censura, tiveram longos e interrompidos processos de realização, aparições raras, e, alguns deles, continuam a depender de olhares atentos e persistentes que os permitam desafiar a desaparição.

Cabra Marcado é um filme em dois tempos. Inicia na década de 60. Um líder camponês, João Pedro Teixeira, é assassinado por ordem dos latifundiários do Nordeste. As filmagens de sua vida, interpretada pelos próprios camponeses, foram interrompidas pelo golpe militar de 1964. O engenho da Galileia foi cercado por forças policiais. Parte da equipe foi presa sob a alegação de "comunismo" e o restante se dispersou. Dezessete anos depois, o diretor retoma o projeto e procura a viúva de João Pedro, Elizabeth Teixeira, que desde dezembro de 1964 vivera na clandestinidade, e os seus dez filhos, espalhados pela onda de repressão que seguiu ao episódio do assassinato. O tema principal do filme passa a ser a trajetória de cada um dos personagens que, por meio de lembranças e imagens do passado, evocam o drama de uma família de camponeses durante os longos anos do regime militar.

A abertura do CachoeiraDoc acontece no dia 2 de setembro, no recém inaugurado Cine-Teatro Cachoeirano. E conta também com uma apresentação do grupo Metá Metá. Formado por Juçara Marçal, Thiago França e Kiko Dinucci, o grupo mostrará  músicas de seus dois álbuns, Metá Metá (2011) e  MetaL MetaL (2012), disco considerado pela crítica especializada como um dos melhores álbuns nacionais de 2012. Vencedor do Prêmio Multishow na categoria Melhor Música Compartilhada, Metá Metá trabalha com vários tipos de sonoridades: música brasileira, africana, latina, avant garde, free jazz, punk rock, noise.